07 fevereiro 2010

Volta às aulas!



Oi Gente!
Desculpe a demora, mas finalmente estou conseguindo postar algumas dicas de volta as aulas e uma histórinha retirada da revista Guia Prático do Professor de Educação Infantil para os primeiros dias de aula.

Confira a história:

Minhas Aventuras na Escola

Autor - Robson A. Santos

Não via a hora de chegar aquele dia marcado com um X vermelho no calendário da cozinha (foi minha mãe que me ensinou este nome estranho - CALENDÁRIO). Ela me disse que neste dia eu iria para a escola, a minha escola. E todos os dias eu contava os quadradinhos do calendário para ver se chegava logo.
Minha mãe comprou uma lancheira muito legal e uma mochila com figuras de super-heróis para mim.
Finalmente chegou o dia de ir para a minha escola. Mas o que era uma escola? Eu não sabia, mas tinha conversado com meus amiguinhos e cada um tinha uma opinião.
A Nina falou assim:
- Eu acho que escola é igual a um caixote grande, cheio de janelinhas pequenas. Nós ficamos lá dentro e saímos quando toca um barulho.
O Cadu pensava diferente:
- Para mim escola deve ser um lugar onde nós podemos jogar bola e brincar.
- Ai, ai, ai Cadu. Você só pensa em futebol? Escola é escola, gente! Uma casa onde tem professora de verdade.
No primeiro dia de aula, acordei ansioso, tremendo de medo do que me esperava. Coloquei o uniforme, a mochila nas costas e a lancheira pendurada. Minha mãe me deu a mão e fomos caminhando pela rua.
No caminho encontrei o Cadu e a Nina. Nossas mães foram conversando e nós também. O nosso assunto era um só: a escola.
Quando chegamos, vimos que ela parecia muito com o que a Nina tinha falado. Era quadrada com janelinhas.
- Eu não falei que era assim?- disse Nina.
- Mas ali embaixo tem um campinho de futebol. - apontou Cadu.
- Olha lá Tito! - falou Nina - aquela ali é a professora de verdade que eu falei.
Demos um beijo em nossas mães e entramos. Minhas pernas tremiam e senti uma pontinha de vontade de chorar, mas segurei firme.
A professora veio ao nosso encontro, sorrindo. Na mesma hora a coragem nos abandonou. Nos abraçamos, tremendo e choramingando, mas ela sorriu de um jeito tão gostoso que, aos poucos, nos acalmamos. Ela era loira, de olhos grandes e brilhantes, e tinha um jeito de mãe que nos tranquilizou.
- Olá crianças! Meu nome é Lúcia. E vocês, como se chamam?
- Eu sou Nina! - falou sem tremer a voz.
Nós três nos encolhemos assustados, mas ela foi se aproximando, se abaixou na nossa frente e disse:
- Não precisam ficar nervosos. Vou contar um segredo. quando eu tinha a idade de vocês e fui para a escola pela primeira vez, também senti muito medo.
Nós rimos, nos acalmamos um pouco e começamos a nos paresentar.
- Eu sou o Tito. - falei de uma vez só, estendendo a mão para a professora, como meu pai fazia quando encontrava um amigo.
Ela olhou para mim, estendeu a mão e depois deu um abraço bem gostoso. Fiquei calmo na hora.
O Cadu e a Nina se aproximaram e a professora também deu um abraço neles.
Quando percebemos estávamos todos animados com a professora Lúcia. Fomos para uma sala de aula com mesinhas coloridas e ficamos muito felizes, pois estávamos todos na mesma turma.
A professora olhou para nós, começou a cantar uma musiquinha e pediu para cantarmos também. Era mais ou menos assim:

"Borboletinha tá na cozinha
Fazendo chocolate para a madrinha."

Cantamos bastante e nos divertimos quando a professora pediu para fazermos uma borboleta de massinha de modelar.
Em seguida, ela começou a contar uma historinha sobre três amigos (eu achei que ela estava falando da gente, mas não comentei nada com ninguém).
A historinha era assim:

Era uma vez três amigos que se encontraram na porta de um castelo todo colorido e foram recebidos pela rainha. Eles estavam com muito medo, pois nunca tinham visto um lugar enorme como aquele.
Os três amigos se abraçaram de tão assustados que estavam. Então, a rainha se aproximou deles sorrindo, um sorriso tão lindo e brilhante que, aos poucos, o medo foi passando e eles se largaram. Acompanharam a rainha pelos corredores do castelo e chegaram a uma sala muito bonita, toda enfeitada com objetos coloridos. Lá, ela contou que seu reino estava em perigo e que ela precisava da ajuda de três amigos corajosos para vencer o malvado dragão Papô, que estava destruindo todos os livros e cadernos do reino pois não queria que ninguém aprendesse a ler e a escrever. Ele era terrível e todos os habitantes do reino morriam de medo dele.
Os três conversaram e resolveram ajudar a rainha. Sentaram ao redor de uma mesinha redonda com cadeiras coloridas e combinaram um plano para derrotar o dragão Papô de uma vez por todas.
Escolheram suas armas para enfrentar o terrível monstro: lápis, borrachas, papel sulfite e massinha de modelar.
Subiram em um tapete mágico e voaram pelo céu azul sob os raios do Sol até a caverna do dragão. O tapete levou-os até o topo de uma montanha bem alta e, de longe, avistaram um monstrão verde comendo livros e cadernos. Ele estava tão entretido com a comilança que nem percebeu a aproximação do trio.
O tapete deu a volta pela montanha e eles desceram atrás de uma pedra.
Um dos amigos preparou uma armadilha no chão. Cavou um buraco enorme e cobriu com uma camada de massinha azul-claro, que olhando de longe, parecia um grande lago.
A menina fez uma catapulta usando um lápis e uma borracha como apoio. Colocou várias borrachas pequenas na ponta e a deixou preparada para tingir o bicho quando chegasse a hora.
O dragão continuava comendo livros e cadernos, sem se preocupar com o que estava acontecendo à sua volta. De vez em quando soltava uma baforada pelo nariz e a fumaça branca tomava conta do ar.
- Eu não acredito que este dragão malvado está comendo todos os livros e cadernos! - disse a menina, indignada.
- Ele não quer que as pessoas aprendam a ler e escrever. - disse um dos meninos.
- Mas nós vamos dar um jeito nele. Ele vai aprender a lição! - falou o outro garoto.
- É isso mesmo, nós estamos juntos e vamos vencer este bicho feio! - disse a menina animada.
Os três amigos se prepararam para atacar o bicho. Um deles, armado de um lápis amarelo e usando uma borracha como escudo, chegou perto do dragão devagarinho, sem fazer barulho. Com a ponta do lápis, o garoto acertou o rabo dele. Papô deu um urro de dor e pulou na mesma hora para ver o que estava acontecendo. O menino, que não era bobo nem nada, já havia se mandado dali e estava escondido atrás da pedra. Neste momento, a menina disparou a catapulta e um monte de borrachas voou, acertando o dragão, que começou a gemer de dor.
Quando o monstro percebeu de onde vinha o ataque, correu feito um doido na direção das crianças e, quando estava se preparando para soltar uma baforada de fogo neles, pisou no lago de massinha e caiu dentro do buraco.
Os amigos deram vivas e pularam de alegria, pois haviam vencido o malvado dragão Papô. Aproximaram-se do buraco e o viram encolhido lá no fundo e chorando. É isso mesmo! Estava vhorando de verdade. Os amigos não acreditaram naquilo. Um bicho daquele tamanho chorando! Quando viram essa cena até ficaram com dó do dragão.
- Não chore Seu Dragão! - falou a menina.
- Como não chorar? Vocês me atacaram e eu estou com tanta fome. - respondeu o dragão.
- Ué, você fala? - perguntou com surpresa um dos meninos.
- Falo sim e estou com muita fome. Buáááááá!
- Mas você comeu tantos livros e cadernos e ainda está com fome? - o outro menino questionou.
- Eu como livros e cadernos, mas minha fome não passa. Quero aprender a ler e a escrever, mas como livros e não aprendo nada. Buáááááááá!
- Ah, agora eu entendi! Mas não é comendo livros que aprendemos. Temos que ir à escola. Lá a professora pode ajudar. Voê quer ir para a escola?
- O que é uma escola?
-É um lugar grande onde aprendemos um monte de coisas.
- É um lugar legal?
- É muito legal! Venha com a gente.
Os amigos ajudaram o dragão a sair do buraco, montaram em suas costas e voaram até o castelo. Quando chegaram lá, a rainha levou um susto, mas eles explicaram toda a história e o dragão Papô foi matriculado na escola do reino.
Lá ele aprender a ler e a escrever, além de músicas e brincadeiras. Ficou tão feliz que mudou de nome - agora se chama dragão Sabido! - e está até pensando em ajudar as crianças e os outros dragões na aventura que é aprender.
E todos viveram felizes no castelo colorido, inclusive os três amigos, que resolveram se mudar para lá e viraram príncipes e princesa. Mas essa já é uma outra história..."

Quando a professora terminou de contar a história, nós estávamos tão alegres que o medo e a insegurança passaram. Corremos para abraçar a professora Lúcia, que nos envolveu em seus braços e deu beijos em nossas bochechas. Fiquei olhando para ela, e vou dizer uma coisa: eu acho que ela era a rainha do castelo, e eu, o Cadu e a Nina, os amigos que ajudaram o dragão.

Seguem abaixo as ilustrações dessa história que pode ser contada no início das aulas.
Espero que gostem!!!
Beijos
Paty







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